Tuesday, November 25, 2008

Tips/Dicas

-Respeite os limites de velocidade. Respect the speed limits.
-Não estacione em local proibido. Do not park on places where you are not supposed to.
-Respeite os idosos; tenha paciência, um dia você também será um. Respect the elders; be patient, one day you will be one of them.

by/por Bruna Elias

-Respeite a sinalização de trânsito. Respect the traffic signs.
-Motorista, ciclista e motociclista: parem na faixa de pedestres. Driver, cyclist and motorcyclist: stop at the zebra crossing.
-Não perca a paciência no trânsito, ouça música. Do not lose your mind in a traffic jam, listen to music.

by/por Patrícia Narvaes


-Drive for you and for the others. Dirija por você e pelos outros.
-Try to predict movements around. Tente prever movimentos ao redor.
-If you drink too much, sleep inside your car. Se você beber muito, durma dentro do carro.

by/por André Godoy

-Always sign when changing lanes. Sempre sinalize quando mudar de faixa.
-Respect the speed limits to avoid accidents. Respeite o limite de velocidade para evitar acidentes.
-Motorcyclists should use the helmet and the necessary outfit, such as gloves and leather clothes. Motociclistas deveriam usar capacete e traje adequado, assim como luvas e roupa de couro.

by/por João Batista
Photos by/fotos de Patrícia Narvaes

Tuesday, November 18, 2008

A pedestrian story/ A história de uma pedestre

Sometimes it is difficult to think about a problem when you are involved in the daily running.

It was Friday morning and as usual, I was in a hurry to get the bus to school. I always thought that despite not liking to wear a blue and ugly uniform such as mine it could be useful when you have to be noticed by other people; for example when you are late to school and you are stuck in the traffic.

Probably you are thinking I am a driver who has a car, right? No, you are wrong!

That day everything seemed to be the same; a little bit late to school, but nothing that could cause serious problems. I left home by 7:00 a.m after finishing my breakfast, and saw a friendly, old woman, driving a beige, 1966 Fusca. The traffic was not as bad as it used to be and at the beginning I could manage to cross the street when the traffic lights turned red. As a pedestrian things tend to be easier for me if it wasn’t the fact that I had an important commitment that day. Every minute was precious considering that I had study the whole year for that test.

Things got worst when the traffic lights broken. The fact that I had left home 30 minutes before I was used to, wasn’t enough for me to arrive at school in time for undertaking the test. It is incredible how people, in a city as São Paulo, don’t respect the zebra crossing. I was exhausted, it was possible to see the worry in my face and even wearing my blue, ugly uniform, people didn’t stopped where they were supposed to. It was just when I saw a motorcycle crossing the street and colliding with another car that I could manage to cross the avenue to get my way to school.

It is sad that an accident, instead of causing a bad feeling on me, brought a relief to my soul. I had been studying the whole year for a test that would lead me to the university and I wasn’t sure if I would be on time for it. That moment I saw a bicycle with an interesting message at its back: “One car less”. The man who was riding the bicycle was dressed in an unusual way (despite being a common person), and seemed to be going to work because of his clothes; he was wearing a black suit. Maybe this could be a possible solution to the traffic jam; but I believe that with a minimum respect to the traffic’s rules, São Paulo would be a bearable place to live.

After this day I have been thinking; what could I do to improve the traffic’s quality in my city?

Text by Bruna Elias
Photos by Patrícia Narvaes
Video by João Batista Neto




Algumas vezes é difícil pensar em um problema quando estamos envolvidos na correria do dia a dia.

Era uma sexta-feira de manhã e como sempre eu estava com pressa para pegar o ônibus até a escola. Sempre pensei que apesar de não gostar de usar um uniforme azul e feio como o meu, ele poderia ser útil no caso de você precisar ser notada por alguém; por exemplo, quando você está atrasada para escola e está presa no trânsito.

Provavelmente você deve estar pensando que eu sou uma motorista e que tenho um carro, certo? Não, você está enganado!

Naquele dia tudo parecia normal; um pouco atrasada para a escola, mas nada que pudesse causar sérios problemas. Saí de casa às 7:00 da manhã, depois que terminei meu café, e vi uma simpática velhinha, dirigindo um Fusca bege, ano 1966. O trânsito não estava tão ruim como costumava ser e no começo eu conseguia atravessar a rua quando o farol estava no vermelho. Como pedestre as coisas tendem a ser mais fáceis para mim, se não fosse o fato de que naquele dia eu tinha um compromisso importante. Cada segundo era precioso, pois eu havia estudado o ano todo para aquela prova.

As coisas pioraram quando o farol quebrou. O fato de que eu havia saído de casa 30 minutos antes do usual, não foi o suficiente para que eu chegasse à escola a tempo de realizar a prova. É incrível como as pessoas em uma cidade como São Paulo não respeitam a faixa de pedestres. Eu estava exausta, era possível perceber a preocupação em meu rosto e, mesmo usando meu uniforme azul e feio, as pessoas não paravam onde elas deveriam. Foi quando eu vi um acidente entre uma moto que cruzava a rua e um carro, que eu pude atravessar a avenida e continuar meu caminho para escola.

É triste ver que um acidente ao invés de provocar tristeza trouxe alívio diante de minha situação. Eu tinha estudado o ano todo para uma prova que me colocaria na universidade e eu não sabia se conseguiria chegar a tempo para isso. Naquele momento eu avistei uma bicicleta com uma mensagem interessante: “ Um carro a menos”. O homem que estava dirigindo a bicicleta estava vestido de uma forma anormal (apesar de ser uma pessoa comum), e parecia estar indo para o trabalho devido ao fato de estar vestindo um terno. Talvez essa seja uma solução para o problema do congestionamento no trânsito; mas eu acredito que com o mínimo de respeito às regras de trânsito, São Paulo seria um lugar melhor para se viver.

Depois deste dia eu tenho pensado; o que eu poderia fazer para melhorar a qualidade do trânsito em minha cidade?

Texto de Bruna Elias
Fotos de Patrícia Narvaes
Filme de João Batista Neto


A cyclist story/ A história de um ciclista

On his way to work, Roberto tried to give a good example. Although having a car, he would prefer to go by bicycle, so that he could exhibit the slogan he was so proud of: “one less car”. That slogan was hanged over the back part of his bike, so when he passed by, everybody who was left behind could see it. Undoubtedly, such initiative had great impact on drivers stuck in traffic. The results were seen on a Friday morning.
He was riding to work, very close to the sidewalk, in a way he would not disturb the intense traffic flow of that time. There was nothing different - some drivers blowing their horns, others saying bad words – the same usual lack of respect. Alberto noticed that most cars were occupied solely by the driver. Turning right, Alberto saw a beige Fusca ahead. The driver, an old lady, seemed to be very nice, but drivers around her were getting impatient because she was driving slowly. They didn’t understand she was just following her own rhythm, the one of experience.
Something called his attention: a student, as he recognized because for the blue uniform, was struggling to cross the street. She seemed to be in a hurry, as she looked at her watch desperately. He couldn’t do anything. Even so, he said when approached her: “good luck, I’m doing my part”. She saw the slogan and understood everything. Alberto thought that girl would wait for a long time to cross the street. Suddenly, a strong noise stopped everything. Out of the speed limit, a motorcyclist crashed into a car.
I went there in case anybody needed any help, but I barely could get close to the victims. The crowd didn’t let me see anything. I was looking for space when I saw that student crossing the street. Unfortunately, a terrible event like that provided the opportunity for her. Fortunately, that event was responsible to remind people of an old sense of community. No one was disrespecting each other. Most drivers got out of their cars to help. Perhaps the overcrowding of traffic jam is helping push us in the direction of real community.
Finally, I got to work. Of course I told all my co-workers about the accident. They told me I was getting famous because of my slogan. Most of them were accustomed to see me riding every day. My boss said he offered his neighbor a ride in that morning, and my slogan had inspired him the idea. I answered: “Very good, one less car, maybe fewer accidents”.

Text by André Godoy
Photos by Patrícia Narvaes
Video by João Batista Neto



Em seu caminho para o trabalho, Roberto tentava dar um bom exemplo. Embora tivesse um carro, preferia ir de bicicleta para exibir o slogan de que era tão orgulhoso: “um carro a menos”. O slogan ficava pendurado na parte de trás de sua bicicleta, então quando ele passava, todos os que ficavam para trás podiam vê-lo. Sem dúvida, tal iniciativa tinha grande impacto em motoristas presos no trânsito. Os resultados foram vistos em uma sexta de manhã.
Ele estava pedalando para o trabalho, muito perto da calçada, para não atrapalhar o intenso tráfego daquele horário. Não havia nada diferente – alguns motoristas buzinando, outros xingando - a mesma falta de respeito de sempre. Roberto notou que a maioria dos carros eram ocupados apenas pelos próprios motoristas. Virando à direita, Roberto viu um Fusca bege. A motorista, uma velha senhora, parecia ser muito simpática, mas os motoristas em volta estavam ficando impacientes porque ela dirigia lentamente. Eles não entendiam que ela estava apenas seguindo seu próprio ritmo, o da experiência.
Algo chamou sua atenção: uma estudante, como ele reconheceu pelo uniforme azul, estava com dificuldade para atravessar a rua. Ela parecia com pressa, pois olhava para seu relógio desesperadamente. Ele não podia fazer nada. Mesmo assim, ele disse quando se aproximou: “boa sorte, estou fazendo minha parte”. Ela viu o slogan e entendeu tudo. Alberto pensou que ela esperaria muito tempo até conseguir atravessar a rua. De repente, um forte barulho parou tudo. Fora do limite de velocidade, um motociclista bateu num carro.
Eu fui lá, em caso de alguém precisar de ajuda, mas mal pude chegar perto das vítimas. A multidão não me deixava ver nada. Estava procurando espaço quando vi aquela estudante atravessar a rua. Infelizmente, um evento terrível como aquele lhe concedeu a oportunidade. Felizmente, aquele evento foi responsável por relembrar as pessoas de um antigo senso de comunidade. Ninguém estava despeitando um ao outro. A maioria dos motoristas saiu dos carros para ajudar. Talvez a superlotação do trânsito esteja nos empurrando na direção de uma verdadeira comunidade.
Finalmente, cheguei ao trabalho. Claro que contei a todos meus colegas sobre o acidente. Eles disseram que eu estava ficando famoso por causa do slogan. A maioria estava acostumado a me ver pedalando todo dia. Meu chefe disse que ofereceu a seu vizinho uma carona naquela manhã, e meu slogan havia inspirado a idéia. Eu respondi: “Muito bom, um carro a menos, talvez menos acidentes”.

Texto de André Godoy
Fotos de Patrícia Narvaes
Vídeo de João Batista Neto

A motorcyclist story/ A história de um motociclista

James is a 34 year-old engineer who was fired after working for a company in São Paulo for 5 years and decided to buy a 125 cc motorcycle by Honda with part of the money he received in damages. In a Friday morning, James left his house around 7a.m. and after some minutes on his way to work, he saw a young woman struggling to cross a street over a zebra crossing and thought " as drivers and motorcyclists are getting more and more impolite and overstressed and confusion and lack of respect reign in the streets of São Paulo I should fight back and make them pay too. People must know when a stronger guy approaches them". As he was on his way to deliver a box containing a classified document across the city, he got himself stuck in a traffic jam caused probably by an accident, although he was not sure about that at first; yet, leaving his motorcycle and angrily shouting at people he met on the way to check it, he could hear and see people shouting back and saying bad words at one another.
Then, looking around, he perceived there was a seemingly mild old lady inside a beige Fusca who had been apparently stunned by the other people´s lack of respect. Then looking behind, James saw the same girl he had just seen, crossing the street anxiously and in haste, as it has become the norm in big cities like São Paulo, James thought. However, suddenly looking ahead he found out the reason for all the confusion. There had been an accident caused by lack of energy in the traffic lights, in which a motorcycle just like his and a car got involved. From James position, it was not possible for him to see whether it was or not a big problem. However, he himself knew the same thing could have happened to him as the number of vehicles on the streets is reaching all time high and the solution for that still lags. Some moments later, James decided to use the sidewalk in order to get out from the traffic jam without paying attention to the pedestrians coming in his direction, who had to dodge the motorcycle not to get hit by James who seemed to be very pissed off and angry.
Then, reaching the next avenue, James saw the traffic was normal over there and decided to speed up in order to deliver the package on time when, minutes later, trying to overtake a car he also got involved in an accident. The driver he was trying to overtake had been in a cell phone conversation and could not see and hear James approaching before taking an unsignaled turn, hitting James and getting him on the ground violently. James, then cried after reaching the ground, rolling about 5 meters from the place he had been hit by the car. He started feeling a very powerful pain and got unconscious for at least 10 minutes before the police and an ambulance got to the place to rescue him and investigate the cause of the accident. Luckily, the only injury James got was a broken left leg. He was not fired from his job this time and it seems that he is not going to speed up again, since he could not fulfill his duty anyway besides being harmed. After the police had concluded the investigations, it turned out that the driver who caused the accident would have to pay James’motorcycle maintenance, a fine of R$ 85,13 and 4 points in his driver´s license. However, what would have been the penalty in case of death?

Text by João Batista da Silva Cruz Neto
Film by João Batista da Silva Cruz Neto
Photos by Patrícia Narvaes

James é um engenheiro de 34 anos que foi demitido depois de 5 anos trabalhando para uma companhia em São Paulo e decidiu comprar uma motocicleta da marca Honda de 125 cilindradas com parte do dinheiro recebido em indenizações. Numa manhã de sexta-feira, James saiu de sua casa por volta de 7 da manhã e depois de alguns minutos a caminho do trabalho, ele avistou uma jovem em dificuldade para atravessar a rua em frente à uma faixa de pedestres e pensou “ Já que motoristas e motociclistas estão ficando cada vez mais mal educados e estressados e confusão e falta de respeito reinam nas ruas de São Paulo eu devo revidar e fazê-los pagar. As pessoas precisam saber quando um cara mais forte se aproxima”. A caminho da entrega de um documento sigiloso para o outro lado da cidade, ele ficou preso em um engarrafamento causado provavelmente por um acidente, mas ele não tinha certeza sobre isso a princípio; ainda assim, deixando sua motocicleta e caminhando nervoso, gritando com as pessoas com quem encontrava no caminho com a finalidade de conferir a respeito, ele pôde escutar e ver pessoas gritando e xingando-o e também uma às outras.
Então, olhando ao redor, ele percebeu que havia uma senhora aparentemente gentil dentro de um fusca bege e que parecia estar perplexa com a falta de respeito das outras pessoas. Então, olhando para trás, James viu a mesma garota de antes, atravessando a rua ansiosa e apressadamente, assim como muitas pessoas, já que isso se tornou normal em grandes cidades como São Paulo. Entretanto, de repente, olhando para frente ele descobriu o motivo de toda confusão. Houve um acidente causado por falta de energia no semáforo, no qual uma moto parecida com a de James e um carro foram envolvidos. Pela posição de James, não era possível classificar a gravidade do problema. Entretanto, James sabia que a mesma coisa poderia ter acontecido, já que os veículos nas ruas estão atingindo o maior número de todos os tempos, e ainda assim a solução pra isso não acompanha o ritmo.
Algum tempo depois, James decidiu usar a calçada para escapar do engarrafamento e nem prestou atenção aos pedestres vindo em sua direção, os quais tiveram que desviar da motocicleta para não serem atingidos por James, que parecia estar furioso. Então, chegando à avenida seguinte, James percebeu que o trânsito estava normal por ali e decidiu aumentar a velocidade a fim de conseguir entregar o pacote a tempo quando, minutos mais tarde, na tentativa de ultrapassar um carro, ele também se envolveu num acidente. O motorista que ele estava tentando ultrapassar estava falando ao celular e não pôde ver ou ouvir James se aproximando, antes de virar sem sinalizar, atingindo James e o jogando no chão violentamente. James então gritou após se chocar contra o chão, rolando por mais ou menos 5 metros do local que ele havia sido atingido pelo carro. Ele começou a sentir uma dor muito forte e ficou inconsciente por mais ou menos 10 minutos antes da polícia e uma ambulância chegarem ao local para resgatá-lo e investigar as causas do acidente. Por sorte, o único ferimento de James foi uma perna quebrada. Ele não foi demitido de seu emprego desta vez e parece que ele não irá mais correr com a moto, já que não conseguiu cumprir sua obrigação e ainda se feriu. Depois de a polícia ter concluído as investigações, ficou decidido que o motorista foi o causador do acidente e que ele teria que pagar pelo concerto da moto de James, uma multa no valor de R$ 85,13, além de perder 4 pontos em sua habilitação. Entretanto, qual teria sido a pena em caso de morte?

Texto de João Batista da Silva Cruz Neto
Vídeo de João Batista da Silva Cruz Neto
Fotos de Patrícia Narvaes

A driver story/ A história de uma motorista

Dona Mafalda is a very independent lady, of about 82 years old. She learned how to drive in a small town but she has been driving in a big city like São Paulo for two years now. It was difficult for her to learn that she would have to drive very, very near the guardrail in order to leave enough space for the motorcyclists who drive between the two lanes of the avenues. But…. Sometimes she get distracted and forget to keep her car to one side and, unfortunately, she gets all kinds of ill treatment: excessive honking, bad words, bad gestures, and so on.
Today, she is in a hurry, well, the “hurry” that her beige 1966 Fusca allows her to go, and she did not noticed there was a young student trying to cross a zebra crossing in a highly busy avenue. The problem is that the traffic lights were broken and the girl, apparently, will wait a long time to cross. If Dona Mafalda had seen her… but she hadn´t. Four blocks ahead, Dona Mafalda is caught in a traffic jam. She slows down a little bit and a bunch of motorcyclist passes by her, honking maniacally. Then, after the motorcyclists, Dona Mafalda sees a cyclist through her rear mirror. It is a man in a suit, driving a bike. In his bike, there is a sign in which one can read three words: “One car less”, but Dona Mafalda did not pay attention to it. She is thinking about her doctor’s appointment and she is worried she will arrive late at her hairdresser if the traffic jam continues. Half a hour later, she discovers why the traffic jam was so intense: there was an accident with a motorcyclist. He was very tall and dressed all in black, at this point, Dona Mafalda realized she needed to “adjust” her vehicle and drive very near the guardrail…

Photos and text by Patrícia Narvaes

Dona Mafalda é uma senhora independente de aproximadamente 82 anos de idade. Ela aprendeu a dirigir numa cidade pequenas, mas dirige numa cidade grande como São Paulo há dois anos. Foi difícil para ela aprender que deveria dirigir bem próximo da guia da calçada ou da marcação da faixa, para poder deixar espaço suficiente para os motociclistas que dirigem entre as faixas das avenidas. Mas... algumas vezes ela se distrai e esquece de manter o carro de um dos lados da faixa e, infelizmente, ela recebe todo tipo de tratamento: buzinadas excessivas, palavrões, gestos obscenos e daí pra pior.
Hoje, ela está com pressa, bem a “pressa” que seu fusquinha bege 1966 lhe permite, e ela não percebeu que havia uma jovem estudante tentando atravessar a faixa de pedestre numa avenida bastante movimentada. O problema é que o farol estava quebrado e, pelo visto, a garota teria que esperar bastante tempo para cruzar a avenida. Se Dona Mafalda a tivesse visto... mas ela não a viu. Quatro quadras mais à frente, Dona Mafalda fica presa num congestionamento. Ela diminui a velocidade e um bando de motociclistas passa por ela, buzinando loucamente. Depois dos motociclistas, Dona Mafalda vê um ciclista se aproximar pelo espelho retrovisor. Trata-se de um homem vestindo um terno e guiando uma bike. Na bicicleta encontra-se uma placa onde é possível ler o aviso: “Um carro a menos”. No entanto, Dona Mafalda não presta atenção a isso. Ela está pensando sobre a consulta com o médico e está preocupada pois não sabe se chegará à tempo ao salão de beleza se o congestionamento continuar como está. Meia hora depois, ela descobre porque o congestionamento estava tão intenso: ocorreu um acidente com um motociclista. Ele era alto e estava todo vestido de preto. Neste momento, Dona Mafalda percebeu que precisava “ajustar” a direção do veículo e dirigir novamente próximo do acostamento...

Fotos e texto por Patrícia Narvaes

Saturday, November 8, 2008

Bem vindo ao Blog Corrida Maluca/ Welcome to the Blog The Wacky Races

Welcome to our blog. Here you will find stories, interviews and tips of how to deal with a traffic jam. Please, feel free to answer the query below, to leave your comments and suggestions and your own experience with traffic jam situations. Be patient, the blog is under construction. Next you will find the context in which the stories will appear. Stay tuned for the “next episode” of The Wacky Races.

Sejam bem vindos ao nosso blog. Aqui você encontrará histórias, entrevistas e dicas de como lidar com os congestionamentos. Por favor, sinta-se à vontade para responder à enquete no final da página, para deixar seus comentários e sugestões e para nos relatar sua experiência pessoal durante um congestionamento. Seja paciente, o blog ainda está em construção. A seguir, você encontrará o contexto no qual as histórias serão contadas. Fique atento para o próximo episódio de “A Corrida Maluca”.

It is a Friday morning, of a bright sunny day, in one of the largest cities of America: São Paulo, Brazil. It is not summer yet but the weather forecast predicted we may reach 34 degrees Celsius. The time is 7 am and Maria Clara is finishing her breakfast and preparing herself to go to school. She is 17 years old and she lives about six blocks from school. She usually goes walking and in her way, she has to cross a highly busy avenue, in a place where there is a traffic light and a zebra crossing. At the same time, James is starting the engine of his motorcycle in another part of the city. He is a former engineer who was fired after five years of working for a big company and after receiving his indemnity, he bought a motorcycle in order to work as a motoboy and provide for his family. Today he has to deliver a package on the other side of the town in about 30 minutes, otherwise, he will lose his job. Near his house lives Dona Mafalda, an old lady of about 82 years old. This morning, she has an appointment with her doctor at 8 o’clock and with her hairdresser at 10:30. She is very narcissist and independent and she is proud of driving her 1966 beige Fusca on her own. Meanwhile, Alberto, a cyclist, is stretching his arms and legs, preparing himself to go to work about seven miles away from his house. He usually goes to work by bike when it is not raining.


É sexta-feira de manhã, de um dia ensolarado, em uma das maiores cidades da América: São Paulo, Brasil. Ainda não chegou o verão, mas a previsão do tempo diz que podemos alcançar 34 oC. São sete horas da manhã e Maria Clara está terminando seu café da manhã e se preparando para ir para a escola. Ela tem dezessete anos de idade e mora há aproximadamente seis quadras de distância da escola. Ela costuma ir caminhando e precisa atravessar uma avenida bastante movimentada em seu trajeto, num local onde há um semáforo e uma faixa de pedestres. Enquanto isso, James está ligando sua moto em outra parte da cidade. Ele era um engenheiro que foi demitido da empresa depois de cinco anos de trabalho. James comprou uma moto com o dinheiro da indenização, para poder trabalhar como motoboy e sustentar a família. Hoje, ele precisa entregar uma encomenda do outro lado da cidade e tem mais ou menos trinta minutos para chegar lá, caso contrário, ele perderá o emprego. Perto da casa dele mora Dona Mafalda, uma senhora de aproximadamente 82 anos de idade. Esta manhã, ela tem uma consulta com o médico às oito horas em ponto e um horário com o cabelereiro às 10h30. Ela é muito vaidosa e independente e tem orgulho de dirigir um Fusquinha 1966, bege. Enquanto isso, Alberto, um ciclista, está alongando braços e pernas e se preparando para ir para o trabalho de bicicleta. Ele mora a aproximadamente 10 km de distância do trabalho e costuma ir de bicicleta quando não está chovendo.


Now you know the four characters of our story. Do you live in a big city? If you do, you have a pretty good idea of the traffic problems people need to deal with every day. What about having different perspective from some of those problems? Our characters do not know each other, and probably, they never will, but their paths will cross at least once, in the overcrowded streets of São Paulo. Wait for their stories.

Agora você já conhece os quarto personagens das nossas histórias. Você mora numa cidade grande? Se a resposta for sim, você deve ter uma boa idéia dos problemas de trânsito que as pessoas precisam lidar todos os dias. Que tal ouvir uma perspectiva diferente sobre alguns desses problemas? Nossos personagens não se conhecem, e provavelmente nunca se encontrarão na cidade grande, mas seus caminhos irão se cruzar pelo menos uma vez, nas ruas super entupidas de São Paulo.



por/by Patrícia Narvaes
photos/fotos by Patrícia Narvaes